Continuando nosso papo sobre cistos e lesões osteocondrais no tálus, vamos ‘as modalidades de tratamento:
Antes de tudo, existem fatores que indicam que a lesão terá bom prognóstico (evoluirá bem) ou terá um prognóstico menos favorável. São eles:
– TAMANHO – lesões menores que 1,5 cm2 possuem melhor prognóstico.
– LOCALIZAÇÃO – lesões localizadas nas superfícies mais convexas (“ombros”) do tálus possuem pior prognóstico.
– REALIZAÇÃO DE CARGA NO PÓS OPERATÓRIO – a realização de carga precoce influencia negativamente a recuperação do tecido (fibrocartilagem)
– Já a idade e extensão da lesão (cartilagem ou osso + cartilagem) não possuem correlação significativa com prognóstico, segundo o estudo.
O tratamento destas lesões devem ser indicadas para lesões sintomáticas, ou seja, lesões dolorosas. As lesões não sintomáticas devem ser acompanhadas periodicamente.
TRATAMENTO CONSERVADOR:
O tratamento conservador, ou não cirúrgico, incluem modificação de atividades diárias, uso de órteses, infiltrações, redução de carga e fisioterapia. Esta modalidade de tratamento não se demonstrou consistente ou previsível nas lesões condrais e osteocondrais.
PRP (Plasma rico em plaquetas):
O PRP mostrou – se ainda inconclusivo, ou seja, há a necessidade de maiores estudos para comprovar sua eficácia ou ineficiência.
TRATAMENTO CIRÚRGICO:
O tratamento cirúrgico envolve basicamente 5 modalidades:
– REDUÇÃO E FIXAÇÃO DOS FRAGMENTOS OSTEOCONDRAIS – geralmente, reservado para casos agudos, nos quais os fragmentos ósseos ainda se encontram viáveis. Nesta modalidade, o fragmento destacado é reinserido na sua localização prévia, anterior à lesão.
– ESTIMULAÇÃO DE MATRIZ ÓSSEA – as bordas da lesão são regularizadas, ou seja, a cartilagem inviável e solta é retirada, e são realizadas micro perfurações (“microfraturas”), com a finalidade de sangramento local e formação de fibrocartilagem (uma espécie de “cicatriz de cartilagem”). Geralmente realizada por via artroscópica
– SUBSTITUIÇÃO DA CARTILAGEM – a cartilagem lesionada pode ser substituída por plugues de osso + cartilagem retirados do joelho do próprio paciente, a mosaicoplastia, ou então a porção lesionada pode ser substituída por osso proveniente de cadáver (banco de osso). Geralmente realizada por via aberta.
– IMPLANTAÇÃO DE CULTURA DE CONDRÓCITOS – algumas células produtoras de cartilagem (condrócitos) são retiradas algumas semanas previamente à cirurgia de um sítio doador saudável. Tais céluas são cultivadas, e o tecido gerado é implantado na região da falha da cartilagem. Outra modalidade é o preenchimento da falha por cartilagem de cadáver juvenil. Geralmente realizada por via aberta.
*Atualmente, existem membranas sintéticas que podem substituir a cultura de condrócitos.
– IMPLANTES METÁLICOS – subtituição da falha de cartilagem por implantes metálicos. Geralmente realizado por via aberta.
Bom, estas são as possibilidades terapêuticas atuais para o tratamento das lesões osteocondrais (cistos ósseos). Consulte sempre o seu ortopedista para que o mesmo informe qual a melhor modalidade para você.
fonte: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5091026/